Spellbound (Dungeons & Dragons): Coisas que me irritam na 3a edição, Parte I

segunda-feira, maio 04, 2009

Coisas que me irritam na 3a edição, Parte I

Quantas horas por dia esse cara passa fechando e abrindo essas fivelas?

Existe um lugar no meu coração para todas as edições de D&D. Ou quase.

O original? Ótimo (pelo menos pra quem pega o espírito da coisa). Holmes e Moldvay? Também. AD&D 1e? Legal. AD&D 2e? Pra mim, a versão definitiva do jogo (foi mal, Sr. Gygax). 4e? Sim, ué.

Como você já percebeu, faltou uma edição no último parágrafo. Isso é porque o tempo passa, o tempo voa, e eu continuo achando o D&D 3e uma bela merda.

À essa altura, falar mal da 3e talvez seja chutar cachorro morto. Pena que eu não tou nem aí - preciso extravasar isso de alguma maneira. Então, lá vai o primeiro item minha longa lista de coisas que me irritam na terceira edição:

1. A estética

Já cansei de ler e ouvir que a 4e é voltada para moleques de 12 anos fãs de anime e World of Warcraft. Eu acredito que muito do marketing de um jogo tenha a ver com a estética dos livros - tanto o layout quanto a ilustração. Sejamos francos - a primeira impressão que todos temos de um RPG é baseada nisso, em especial quando se trata de um jogo que precisa de 3 livros somando quase 800 páginas para ser jogado.

Então, considerando que estética é um fator importante, qual dessas duas imagens que você acha que tem mais apelo visual para pré-adolescentes com déficit de atenção viciados em Pokémon?

O Guerreiro da esquerda não é lá essas coisas. Mas pelo menos ele não tem asinhas nas botas.



A mensagem passada pela 3e é a de que a estética predominante na fantasia medieval (na falta de um termo melhor), sabe, aquela que não fez sucesso nenhum nos filmes d'O Senhor dos Anéis, muito menos nos gibis do Conan, quem dirá nos próprios cenários da TSR, como Dragonlance, não tinha espinhos e esporões e fivelas e tatuagens e cabelos espetados o suficiente.

Acima: um Tomo Mágico.

E que tal o visual dos livros? Tchau, ilustrações evocativas! Tchau, legibilidade! O layout dos livros era um convite à enxaqueca, com suas bordas ultra elaboradas, e diagramas de artefatos, e pautas em fade, e que porcaria de capas eram aquelas? Qual a necessidade de fazer com que o livro pareça um tomo mágico?

Em tempos de AD&D, por mais impenetráveis que fossem as regras (e acredite em mim, isso não mudou na 3e), as ilustrações bebiam direto da mesma fonte de fantasia que era conhecida por um público que ia muito além dos jogadores de RPG. A aparência da 3e me parece pretensiosa a ponto de querer definir uma estética única ao jogo, o que a princípio não é a pior idéia de todos os tempos, mas o resultado não fez nada além de me alienar.

Você acha que eu tou exagerando? Que tal chegar praquele seu amigo que está se iniciando no jogo e dizer "cara, quer ser um elfo? Que nem o Legolas? Uma feiticeira, tipo a Arwen? Então tó:



O coitado provavelmente vai ficar se perguntando porque deram a ficha do Gollum pra ele. Parabéns, você provavelmente perdeu um amigo. É nisso que dá jogar D&D 3e.

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